Por Julia Cohen – Atreva-se
Olá, eu me chamo Julia Cohen e sou cofundadora e CEO da Swood. Nessa coluna vou tentar trazer pra vocês sempre um olhar mais pessoal, de quem está empreendendo e vivendo a montanha russa de emoções que é fazer isso. Se ser empreendedor não fosse desafiador o bastante, eu ainda sou mulher, imigrante, à frente de uma fintech na Europa. Ou seja, os desafios não são poucos. Porém, também não dá para negar que tem sido uma baita de uma aventura! Por isso, o objetivo é que você literalmente compartilhe comigo essa jornada. Pretendo dividir erros, ensinamentos, tristezas, alegrias e derrotas. Porque uma coisa é certa, não tem um dia igual ao outro quando estamos empreendendo.
Esse é o primeiro texto e eu pensei várias vezes como deveria começar. Qual deveria ser a primeira história ou experiência a dividir com vocês? Bom, talvez o ideal seja iniciar dizendo: eu já falhei. Sim, é isso mesmo. A Swood não é a minha primeira startup e como dizem aqui em Portugal, com a Arttu cometi um belo falhanço. Só que isso me leva a outro ponto: como eu decidi começar a empreender. Então vamos do começo.
Em 2016, eu e Bruno (aka meu marido) resolvemos vir morar em Portugal e começar uma nova vida. Viemos de mala, cuia (not really) e cachorro (isso sim!). A verdade é que o Bruno sempre quis ter o seu negócio, mas para mim isso nunca tinha sido uma opção. Acontece que em 2017, resolvemos que iríamos fazer uma tatuagem (eu sei, parece informação inútil, mas eu já chego lá). Nós nunca imaginamos que seríamos tão mal atendidos. Sério! Eu já tinha várias tattoos nesta altura e estava acostumada com certo tratamento e atendimento. Assim, quando tivemos essa péssima experiência começamos a pensar quão melhor seria podermos ter resolvido tudo por um site ou plataforma e ir pro estúdio só fazer de fato a tatuagem. E pronto! Assim nascia a ideia do nosso primeiro empreendimento.
O Bruno começou a pesquisar o mercado e a tentar me convencer a entrar nessa onda. Me dava vários argumentos de como seria legal termos um negócio juntos, como fazia sentido o problema que queríamos resolver. Fun fact: o Bruno ainda não tinha nenhuma tatuagem. Enfim, depois de muita conversa ele me convenceu a tentarmos. Nesta época, eu ainda estava na licenciatura aqui, então já começou atribulado. Mas a realidade é que a gente nem sabia direito por onde começar. Nos inscrevemos em alguns cursos e concursos de ideias. Ganhamos dois concursos organizados pela Universidade de Aveiro e fomos aos trancos e barrancos descobrindo o que deveríamos fazer.
Mas tinha um detalhe importante faltando aqui né? O meu background e o do Bruno é da comunicação e business. Ou seja, zero tecnologia. OK, o Bruno ainda estudou alguns anos essa parte, mas isso tinha séculos e ele não tinha a menor condição de escrever o código para a nossa solução. Escrevendo isso agora, eu vejo o quanto nós éramos ingênuos e não tínhamos a menor ideia de onde estávamos nos metendo. Enfim, tinha que ser exatamente assim. Se tem uma coisa que eu tenho certeza é que não estaríamos onde estamos hoje se não tivéssemos passado por essa primeira experiência.
A Arttu chegou a ter MVP (produto mínimo viável) e até fizemos uma ou outra venda. Mas erramos muito. Muito mesmo. Como faz parte para todo empreendedor na sua primeira experiência. Assim, no meio de 2019, o Bruno (sempre ele!) teve uma outra ideia. Começou a pesquisar, validar por conta própria, até chegar a mim e propor que começássemos a pensar em outro caminho para Arttu. Analisamos a situação durante alguns meses e percebemos como a nova ideia tinha muito mais potencial e mesmo nosso perfil. Aceitamos nossa falha e resolvemos que era hora de começar de novo.
Foi fácil? Cruz credo que não! Foi uma decisão muito bem pensada e que eu tenho muito orgulho de termos tomado, mas como foi difícil aceitar essa mudança. Eu sei que admitir nossa falha muitas vezes é complicado. Mas vai por mim, não tem nada melhor do que ser capaz de se analisar, tomar uma decisão consciente e abrir os braços para aceitar as consequências. Por isso, atreva-se a errar, a reconhecer seu erro e começar de novo!
Obrigada por terem chegado até aqui e espero que tenham gostado do que compartilhei até agora. Em breve tem mais! 😊
Fiquem bem,
Julia