A crise na saúde mental, que já vinha se desenvolvendo antes da pandemia e teve seu boom nos últimos anos, lançou luz para que empresas e profissionais pudessem compreender como se dá a relação contemporânea com o trabalho e, principalmente, qual o papel das organizações no manejo desse encontro. Com o recente reconhecimento do burnout como doença ocupacional, ficou difícil negar o quão próximo estão os dois universos, além de evidenciar que não se trata de casos isolados, mas de algo muito mais profundo, baseado na normalização da produtividade frenética e de culturas organizacionais tóxicas.
E aí, não tem jeito. Para cuidar do bem-estar coletivo nas empresas e colocá-no no centro da estratégia de Gestão de Pessoas, as empresas precisam encarar seus demônios e olhar para questões estruturais sobre como operam e sobre como lidam com as pessoas que estão, todos os dias, se dedicando a superar desafios e gerar resultados pelo negócio. Se você tem essa preocupação e quer atuar de uma maneira holística e efetiva no cuidado com colaboradores e colaboradoras, siga por aqui para entender quais aspectos fazem parte desse caminho de florescimento – de profissionais e de organizações. Vem!
Da ação para a estruturação
O bem-estar coletivo como estratégia de Gestão de Pessoas está associado a um programa sólido, constante, flexível e mensurado sobre como os profissionais estão se sentindo em relação aos seus trabalhos, ao ambiente profissional e às relações que atravessam suas experiências. Ou seja, não basta implementar ações pontuais. Quer um exemplo? Muitas empresas criam a ‘Semana do Bem-Estar’, mas o que adianta se a programação é obrigatória, fora do horário de trabalho, gerando mais sobrecarga? E qual o resultado se nas outras semanas do ano colaboradores vivem uma rotina estressante, sofrem com lideranças abusivas ou não se sentem seguros para expressarem suas ideias?
“A promoção de saúde mental no trabalho precisa ser pensada de forma coletiva e sistêmica, não por meio de ações isoladas e desconectadas da cultura da organização.”
Francisco Nogueira, psicólogo e psicanalista e sócio da consultoria Relações Simplificadas para a Você RH.
Desse modo, duas frentes são necessárias – uma no macro e outra no micro: a primeira é aquela que busca mapear o cenário, como pesquisas de clima e espaços de feedback. Isso fornece dados e informações para que caminhos para mudanças mais profundas, visando o bem-estar coletivo, sejam mais claros e aderentes à realidade da empresa. Além disso, o monitoramento permite que estratégias sejam adaptadas ou descartadas, de acordo com o impacto gerado.
49% dos profissionais mudariam de empresa para terem maior bem-estar.
The Great Realization | ManpowerGroup
Já a segunda perspectiva tem a ver com a abordagem mais individualizada, para acompanhar mais de perto o que cada colaborador e colaboradora possa estar vivenciando, até mesmo fora do trabalho. Como vimos no dado aqui em cima, a experiência laboral associada ao bem-estar é uma demanda no mercado de trabalho!
Neste sentido, partimos para a importância de uma liderança que esteja preparada para trabalhar a conexão entre pessoas e seja capaz de gerenciar – e potencializar – a pluralidade! O próximo item é sobre isso.
Líderes criam as condições para o bem-estar coletivo nas empresas
Lideranças são peças-chave para a construção e consolidação da cultura de uma empresa, seja no C-Level, na coordenação ou na gerência. Portanto, o comportamento desses e dessas profissionais tem influência direta na atmosfera e na forma como a empresa atua. De acordo com uma pesquisa da consultoria Blue Management Institute, 52% das pessoas que decidiram deixar seus empregos tomaram esta atitude para sair de uma cultura tóxica; já uma pesquisa da Mindsight revelou que dos 2.300 profissionais entrevistados, 90% associam o burnout a uma liderança ruim.
Cobranças excessivas, ausência de espaço para o diálogo, equipes homogêneas e pouca autonomia fazem parte da receita para que pessoas tenham dificuldades de relacionamento e de desempenho, com mais chances de se sentirem desconectadas da empresa e mais exaustas com o trabalho. Para driblar este cenário, o importante é que líderes se dediquem em fazer do ambiente profissional um ambiente seguro. Postura inclusiva, escuta ativa, empatia, foco em promover a diversidade são algumas das medidas para isso. Durante o trabalho, é importante que quebrem a rigidez e tenham conversas frequentes, francas e transparentes com as pessoas da equipe, para entender os sentimentos sobre o trabalho e também além dele – desde que a pessoa se sinta confortável em fazer isso.
Assim, líderes poderão identificar problemas e, com o RH, propor formas de aliviar as questões, mediar conflitos, melhorar relacionamentos e mostrar que o discurso de bem-estar é levado a sério.
Senso de propósito trabalhado dia a dia
A palavra não é nova, nós sabemos. Mas o propósito segue como um fator que pode alavancar o bem-estar das pessoas no trabalho. O propósito tem sua camada individual, quando pensamos nos objetivos, valores e ambições de cada profissional, mas também alcança uma camada coletiva, quando a empresa tem clareza do seu papel no mundo e de como deseja desempenhá-lo.
64% dos funcionários querem que seu trabalho diário ajude a construir uma sociedade melhor.
The Great Realization | ManpowerGroup
Por exemplo, a empresa Air Liquid, que atua no segmento de gases industriais, teve uma participação ainda mais relevante para fornecer cilindros de oxigênio para os hospitais. Nesse momento, a organização reforçou o significado do trabalho de profissionais que estavam sob pressão e tensos, convidando motoristas que realizavam o transporte dos materiais para compartilhar a atuação com outras áreas. Afinal, esta tarefa está, de fato, salvando vidas.
Mas mesmo sem uma pandemia em curso, é possível e necessário que empresas traduzam suas atividades em impacto positivo e compartilhem valores que conectam pessoas e as colocam em um sentimento de pertencimento, o que é funciona como um pilar do bem-estar.
Esse movimento também se relaciona com a importância que a agenda ESG vem ganhando para os negócios. Aliás, este é um ótimo tema para trazermos aqui, comentando a presença do RH nessas pautas, não acha? 😉
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O bem-estar coletivo nas empresas precisa estar no radar da Gestão de Pessoas, contribuindo, assim, para uma nova forma de nos relacionarmos com o trabalho e de encontrarmos mais equilíbrio diante das demandas diárias. Se você também compartilha dessa visão, envie este artigo para quem vai gostar de ler também!
Esperamos te ver em breve 😉
Fonte: Você RH