Sim, os dados invadiram o mundo do trabalho! A cultura data driven – ou cultura orientada a dados – é reflexo de uma revolução tecnológica que reorganiza o valor das informações, fazendo com que tenham um significado estratégico, especialmente para a personalização e para a tomada de decisões. E quando falamos de estratégia, é impossível não conectar com o coração das organizações: a Gestão de Pessoas. Por isso, hoje, mais do que ver os conceitos sobre data driven na Gestão de Pessoas, vamos, juntos, entender quais caminhos você pode percorrer para planejar o uso dados no RH de forma assertiva e inteligente. Vem com a gente! 😉
Antes de tudo, o que significa data driven?
Você já deve ter ouvido este termo por aí, afinal, com a transformação digital acelerada, o volume de dados gerados cresce a cada dia. Em 2025, a previsão é a de que 463 exabytes de dados sejam criados todos os dias. Isso é m-u-i-t-o. Nesse contexto, o conceito de data driven surge como uma resposta à velocidade das mudanças e a necessidade urgente de empresas anteverem problemas, oportunidades e rotas para os negócios. No fim das contas, data driven, ou a orientação por dados, significa que a empresa tem como guia para suas decisões e estratégias o conhecimento extraído da ciência e da análises de dados.
Aqui, vale um parênteses importante: e o que significa o termo ‘dados’? Dados são valores atribuídos a algo, seja em forma quantitativa ou qualitativa, e se diferem do conceito de ‘informação’, uma vez que esta traz uma interpretação de dados dotada de um sentido. Nessa imagem abaixo, dá para visualizar melhor a escala que nos leva ao estágio de sabedoria:
Voltando ao data driven, os dados podem ser coletados tanto internamente quanto em fontes externas, para tanto, empresas fazem uso de ferramentas capazes de ‘puxar’ dados e processá-los para que sejam visualmente compreensíveis. Mas não se engane: ter uma cultura orientada por dados vai muito além de softwares ou instrumentos; quer dizer que a empresa tem incorporada em suas ações a premissa de extrair informações e conhecimento de dados para, assim, prever cenários futuros, solucionar problemas e seguir por caminhos mais inteligentes e sustentáveis – saindo do campo do ‘achismo’. Veja se a charge abaixo te lembra alguma situação que já vivenciou…
Do lado esquerdo do quadro, há o título “opção A” e, abaixo, aparecem vários gráficos. Na mesa, deste lado, existem pessoas sentadas olhando para o quadro. Do lado direito do quadro, há o título “opção B” e, abaixo, um espaço em branco. Na mesa, à direita, está sentado a figura de um hipopótamo que dizendo ‘é a opção B’, fazendo referência à tomada de decisão por quem é o mais bem pago da empresa.
E como implementar o data driven na Gestão de Pessoas?
Como área superestratégica para as empresas, a mentalidade data driven na Gestão de Pessoas é altamente potencializadora, se os dados forem aplicados de forma adequada. Por isso, antes de seguir com análises e contratações de infraestrutura, é preciso atravessar alguns caminhos que mantêm um pensamento analítico focado e, portanto, com mais possibilidades de sucesso. Para esta parte da nossa conversa, tomamos como base as palavras do renomado futurista Bernard Marr, que escreve periodicamente para a Forbes e já lançou 20 livros relacionados à negócios e tecnologia.
Para ele, o RH precisa percorrer 6 passos para adotar uma visão data driven acertada e consistente. O começo de tudo é compreender que as estratégias de Gestão de Pessoas devem estar conectadas – ou melhor, serem desdobradas – aos objetivos organizacionais. A partir deles, quais os objetivos que a sua área precisa realizar para contribuir com as metas corporativas? A dica é estabelecer objetivos principais, para que a entrega de valor por meio de dados seja direcionada ao que realmente importa.
- Questione como preencher as lacunas
Com isso claro e acordado entre as pessoas da sua equipe, provoque questionamentos sobre quais as lacunas precisam ser preenchidas para que os objetivos sejam alcançados. Em outras palavras, o que, de fato, é necessário entender para chegar onde se almeja? Bernard Marr diz que pular esta etapa é um dos grandes erros na estratégia de dados nas empresas, então, invista tempo neste tópico, combinado?
- Defina quais dados respondem as perguntas
Em seguida, para responder tais perguntas, chegou a hora de definir quais tipos de dados são capazes de esclarecer esses pontos nebulosos e onde você irá encontrá-los. A maioria dos dados provavelmente poderão ser coletados dentro da própria empresa, mas, em alguns casos, você poderá lançar mão de ferramentas para coletas externas.
- Entenda como será feita a análise de dados
Partimos, então, para estabelecer como os dados que serão coletados deverão ser analisados: quais requisitos e parâmetros necessários para que a resposta seja validada? Neste ponto, é importante avaliar possíveis contratações de pessoas qualificadas para analisar e operar softwares de data analytics.
- Planeje como os dados serão apresentados
Após a análise dos dados e os insights obtidos, uma história precisa ser apresentada a lideranças e diretoria de maneira coerente e, por que não, envolvente. Sendo assim, vale considerar quais serão seus públicos e como é a melhor forma de se comunicar com eles, encontrando, assim, o melhor formato para dar ainda mais valor ao uso dos dados na Gestão de Pessoas. É possível, por exemplo, contratar serviços de visualização de dados em tempo real, painéis mais elaborados, ou até mesmo optar por apresentações mais diretas.
- Estabeleça a infraestrutura
Como vimos acima, criar uma cultura de dados exige bases sólidas, desde talentos a ferramentas apropriadas. Por isso, parte do plano para a implementação de data driven nas organizações envolve estabelecer quais recursos serão necessários para a operação. Investigue softwares e hardwares que irão coletar, armazenar, analisar e apresentar os dados e as suas descobertas valiosas!
- Prepare o plano de ação
Com as perguntas certas, a clareza das rotas para encontrar as respostas e como comunicar o valor dos dados nas tomadas de decisão, consolide em um plano com os arremates para dar início ao projeto de cultura data driven na Gestão de Pessoas. Direcione responsáveis por cada ação, defina um cronograma e quais ações complementares serão implementadas para tornar todo o processo mais robusto – por exemplo, treinamento das pessoas da sua equipe para lidar com dados ou a contratação de apoio relacionado à Lei Geral de Proteção de Dados.
Uma observação relevante: a coleta de dados pessoais está diretamente associada à ética. Por isso, foque em obter dados realmente pertinentes à estratégia e evite especulações e investigações que violem ou forcem a exposição de questões de cunho pessoal.
A cultura data driven na Gestão de Pessoas pode representar um grande salto de competitividade, a partir de melhores decisões relacionadas à força de trabalho, seja em novas contratações, redução de custos e turnover, busca por habilidades específicas, melhor gestão do ecossistema de talentos. Mas para isso acontecer, de nada adianta sair sem saber onde se deseja chegar. Então, para fechar a nossa conversa por aqui, deixamos você com essa charge que traduz bem a importância do planejamento para iniciar a sua jornada com os dados.
A imagem mostra um grande quadro vertical preenchido com diversos tipos de gráficos e duas pessoas conversando. O homem diz “nossos novos painéis têm todos os diferentes KPI’s que podemos rastrear”. Na segunda imagem, a mulher responde “O que é este KPI que está caindo até zero?”. Na última imagem, o homem responde “Este KPI mede quão bem nós entendemos todos os outros.”
Até a próxima! 😉