Em 2022, a cada 100 famílias, 78 estavam endividadas. Essa proporção representa um recorde histórico desde 2010, quando começou a série da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). O ano também registrou outro marco: o maior percentual de famílias com contas em atraso. Diante da instabilidade econômica, alta inflação e até mesmo novos arranjos de trabalho – profissionais em regime PJ – desponta uma nova forma das organizações cuidarem do bem-estar das pessoas: a educação financeira para colaboradores como parte das estratégias de Treinamento e Desenvolvimento.
Se a sua empresa está atenta aos movimentos e quer ganhar relevância na disputa por talentos, vem com a gente neste artigo!
Por que investir na educação financeira dos meus colaboradores?
Impulso ao desenvolvimento humano
Essa é uma pergunta que pode estar na sua cabeça, neste momento. Mas a gente explica! O primeiro motivo para que as organizações passem a olhar para a educação financeira dos colaboradores como um conhecimento válido está relacionado ao novo papel que as empresas estão assumindo na vida das pessoas. Em 2020, o ManpowerGroup lançou um relatório que apontava para as companhias como catalisadoras do desenvolvimento humano, ou seja, mais do que um local de trabalho, as empresas se tornam centros de aprendizagem contínua, para dar conta de qualificar e requalificar as pessoas trabalhadoras. Com isso, empresas preparam seu pessoal para enfrentar os desafios que se impõem com a transformação digital e com um mundo cada vez mais complexo. Lembra que o Fórum Econômico Mundial alertou que, até 2027, 23% das profissões vão precisar se modificar? Então, é sobre isso: oferecer apoio para as pessoas da sua organização navegarem daqui em diante!
Bem-estar holístico
Outro fator trata das novas perspectivas sobre o bem-estar no trabalho. Mais do que a integridade física, as empresas devem olhar para o cuidado com uma abordagem holística, considerando especialmente a segurança psicológica e a saúde mental das pessoas. E isso tem tudo a ver com uma cultura flexível, de diversidade, inclusão e de liderança humanizada, mas também com compreender aquele ou aquela profissional em sua camada pessoal e individual. Ou seja, entender que é impossível separar uma coisa da outra!
Saúde mental e engajamento
Neste sentido, existe uma relação clara entre saúde mental, preocupações financeiras e produtividade. Uma pesquisa da FIA mostrou que pessoas endividadas têm uma experiência 11% pior do que aquelas que conseguem salvar algum dinheiro. Segundo Lina Nakata, professora da FIA Business School, em entrevista para a Você RH, reforça que “os superendividados dificilmente vão conseguir focar 100% no trabalho. Eles provavelmente estão mais preocupados em esperar o fim do mês chegar para se salvarem do que em se engajar no trabalho”.
Ah, os boletos em atraso, as dívidas descontroladas…como dormir bem com tantas preocupações na cabeça? A qualidade do sono também foi investigada nesta pesquisa, e o resultado você pode imaginar: apenas um terço das pessoas com muitas dívidas afirmam que têm uma boa noite de sono. O impacto na qualidade de vida e também na produtividade é direto.
Como implementar a educação financeira para meus colaboradores?
Se interessou em unir aprendizagem, bem-estar e produtividade? Bom, existem alguns caminhos para colocar em prática a educação financeira no treinamento dos seus colaboradores. O primeiro passo é fazer um mapeamento do perfil financeiro das pessoas da sua empresa; entender se enfrentam problemas de endividamento e em qual nível. Com isso, será possível definir conteúdos de palestras, materiais de conscientização – com temas que podem atravessar desde a organização do fluxo de caixa até a renegociação de dívidas ou orientação sobre o mercado financeiro – e apoio e também ferramentas e soluções para dar suporte. Por exemplo, oferecer planos de previdência privada, serviços de crédito e benefícios flexíveis.
Ao trazer a educação financeira dos colaboradores para o treinamento e desenvolvimento, a sua empresa proporciona mais um reforço ao bem-estar, à motivação e à retenção de talentos, alavancando não apenas resultados no trabalho, mas também impulsionando as pessoas em busca de um de seus maiores objetivos: conquistar mais qualidade de vida!
O que você acha sobre esse tema? Educação financeira deve fazer parte da estratégia de Treinamento e Desenvolvimento de pessoas nas organizações? Comente aqui e vamos conversar sobre o presente e o futuro do trabalho 🙂