Nos últimos anos, o termo ‘demissões voluntárias’ tem aparecido com frequência nos debates sobre o mercado de trabalho. Foi nos Estados Unidos que os pedidos de desligamento por parte dos profissionais cresceram tanto no período da pandemia que inauguraram o fenômeno conhecido como “Great Resignation” – ou “Grande Renúncia”, em português. No Brasil, movimento similar aconteceu e, para uma parcela de trabalhadores, segue em curso: em 2022, um terço das demissões foram feitas voluntariamente.
Neste ano, a previsão é que as empresas continuem enfrentando o desafio de reduzir o turnover, já que 49% dos trabalhadores desejam mudar de emprego em 2023, de acordo com uma pesquisa da Robert Half. Diante disso, como o RH pode evitar as demissões e reter talentos? É o que vamos entender neste artigo que preparamos para vocês. Siga aqui!
Entendendo as demissões voluntárias
As demissões, seja por parte do empregador ou do empregado, sempre fizeram parte das dinâmicas do mercado de trabalho – e, em certos níveis, são importantes para a oxigenação de perfis, ideias, conhecimentos. Mas quando há muita rotatividade de profissionais ou quando indicadores externos sinalizam uma mudança de direção sobre o que as pessoas esperam do trabalho, é hora do RH estar ainda mais conectado ao tema.
Embora muitas empresas no mundo tenham que lidar com as demissões voluntárias, é importante que compreendamos em que realidade elas acontecem. Em um país desigual como o nosso, a possibilidade de sair de um emprego por conta de algum tipo de insatisfação não é para todos e todas. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), as demissões a pedido dos trabalhadores se concentram entre os profissionais mais jovens e com maior nível de escolaridade.
E o que explica as pessoas abrirem mão de seus empregos? Na verdade, uma conjuntura de fatores. Ter atenção ao contexto permite que o RH possa atuar para evitar as demissões voluntárias e ressignificar as relações entre pessoas e empresas.
O atravessamento de uma pandemia lançou luz em velhas chagas do mercado de trabalho, como a produtividade que adoece, a liderança que não apoia, a impossibilidade de se desenvolver e a falta de reconhecimento – elementos que, uma hora ou outra, pesam na balança de colaboradores e colaboradoras.
Além disso, a flexibilidade proporcionada pelo modelo remoto fez com que a gente olhasse para o trabalho não mais como o centro da nossa rotina, colocando a qualidade de vida no topo das prioridades. E não podemos deixar fora dessa conta, mais uma vez, a realidade na qual estamos inseridos. O país ainda vem passando por um período de inflação em alta, o que eleva o custo de vida e pode levar as pessoas a buscarem oportunidades com melhores remunerações e pacotes de benefícios.
A pesquisa da Robert Half nos ajuda a entender melhor esse cenário, ressaltando para as empresas a importância de planejar programas de desenvolvimento e elaborar propostas de valor em linha com as novas necessidades – salário, aprendizagem, benefícios, flexibilidade.
Motivações para mudar de empresa
- 72% melhores oportunidades de crescimento
- 53% salário mais alto
- 48% novos desafios
- 35% benefícios mais atrativos
- 33% trabalho remoto ou híbrido
Fonte: Você RH
E por aí? A sua empresa está de olho nesses aspectos que podem evitar as demissões voluntárias?
A atuação estratégica do RH para reter talentos
Gestão de Pessoas, RH ou Gente & Gestão. Seja qual for o nome da área, o fato é que o cuidado com as pessoas da empresa é uma questão de humanidade – e sempre deveria ter sido, né? 😉 Mas, com novos desafios a serem encarados, como a dificuldade em reter talentos, também se tornou estratégico. Por isso, o primeiro passo para o RH evitar as demissões voluntárias é adotar uma postura corajosa, pois vai mexer na cultura organizacional.
Afinal, todas as decisões são pautadas em princípios, valores e crenças da empresa – da política de remuneração ao modelo de trabalho,. Sendo assim, é essencial que o RH se dedique à conscientização das lideranças sobre as transformações que estão acontecendo nas relações de trabalho. Neste ponto, uma visão que preze pelo bem-estar, saúde mental e segurança psicológica das equipes deve ser claramente abordada e posta em prática!
Outro ponto importante para a retenção de talentos, como visto, é investir em programas de aprendizagem. Isso inclui não apenas criar trilhas de educação corporativa equitativas, mas também considerar o protagonismo dos profissionais na construção de suas próprias jornadas. Aqui, novamente, líderes diretos têm o papel de apoiar o desenvolvimento e criar espaços seguros e regulares de diálogo sobre as carreiras das pessoas da equipe.
Proporcionar flexibilidade é uma questão central no novo mundo do trabalho. Modelos remotos ou híbridos favorecem o equilíbrio com as demandas pessoais, de acordo com suas necessidades. É claro que isso não deve significar cobranças em excessos ou uma gestão baseada em comando e controle, combinado? Aliás, flexibilidade é um termo que cai muito bem como pacote de benefícios – item que representa 35% entre os motivos para buscar um novo emprego, hein?
Com benefícios flexíveis, as empresas podem oferecer créditos em diversas categorias (Alimentação, Refeição, Educação, Cultura, Saúde etc.) sem precisar se desdobrar para gerenciar vários fornecedores – fica tudo centralizado em um único parceiro, como a Swood! Por outro lado, as pessoas têm mais liberdade para usar os créditos da forma que fizer mais sentido em suas rotinas. Gostou de saber? 😉
Sabemos que o RH tem um papel cada vez mais amplo dentro das empresas e pode atuar de inúmeras formas para alavancar pessoas e resultados de negócio; essas são apenas alguns dos caminhos que você pode explorar na sua atuação como profissional da área. O importante é começar a mudança e lembrar que resistir às transformações pode significar perder pessoas qualificadas que poderiam contribuir muito mais para os resultados do negócio e deixar passar a oportunidade de agir para fazer do mercado de trabalho um espaço mais feliz e sustentável. E então, profissional de RH, preparado e preparada para evitar demissões voluntárias e reter os melhores talentos na sua empresa?
Compartilhe nos comentários e vamos conversar 🙂
Até mais!