Longe do escritório, mas perto do celular e grudado no computador. O trabalho remoto já foi um sonho e hoje é uma realidade neste mundo que demanda novos comportamentos por parte de colaboradores e organizações.
Desse modo, distante do convívio diário com pares e gestores, a comunicação se torna um fator decisivo que, dependendo de como for praticada, pode tanto colaborar para melhoria da produtividade e do bem-estar dos profissionais, como pode afetar negativamente a experiência no trabalho e contribuir para outros problemas, como ansiedade, exaustão, burnout. Sim, a comunicação impacta a saúde mental!
Então, diante da importância de uma comunicação bem estabelecida, capaz de gerar melhores e mais saudáveis condições ao trabalho, preparamos este artigo. Acompanhe a leitura e veja dicas do que evitar e como se comunicar de maneira síncrona e assíncrona. Fique tranquilo e tranquila que vamos explicar o que isso significa 😉 Vamos lá?
Presencial, trabalho remoto, modelo híbrido: o jeito de trabalhar tem contado
Para começar nossa conversa por aqui, vale destacar alguns dados sobre as preferências dos profissionais em relação aos modelos de trabalho atuais. De acordo com a nova edição da pesquisa O Futuro do Trabalho no Brasil, entre os entrevistados, 56% das pessoas estão trabalhando de forma híbrida — um aumento de 12% em relação a 2021.
Dessa forma, o modelo de trabalho tem contado nas tomadas de decisão. Ainda segundo a pesquisa, no momento de escolher por permanecer em uma empresa ou buscar outra vaga, o modelo de trabalho se apresenta como um dos fatores mais importantes para 36% dos entrevistados, aparecendo somente depois de remuneração e benefícios (38%), construção de um plano de carreira (49%) e manutenção da qualidade de vida (51%).
No entanto, segundo o novo Relatório Pulse do Índice de Tendências do Trabalho, da Microsoft, revelou que, no Brasil e no mundo, há uma desconexão entre líderes e colaboradores, e opiniões diferentes em relação ao modelo híbrido de trabalho e a produtividade.
No estudo, 97% dos colaboradores no Brasil se colocam como mais produtivos no trabalho. Mas na visão de 88% dos gestores locais, a mudança para o modelo híbrido de trabalho trouxe um desafio de entender se as pessoas estão sendo produtivas de fato. Na média global esses dados são 87% e 85%, respectivamente.
Sendo assim, diante dessas perspectivas distintas e das novas configurações no modo de trabalhar, há desafios e a necessidade de se encontrar soluções para alinhar expectativas e realidades.
A comunicação, portanto, entra como protagonista nesse enredo que precisa de ajustes entre profissionais e organizações. Mas o que (não) fazer e como melhorar a comunicação no trabalho remoto e híbrido e colaborar para melhoria no relacionamento e no bem-estar dos envolvidos? Continue a leitura para saber mais.
Uma reunião que poderia ser um e-mail
Esta frase virou meme, mas fato é que com o trabalho à distância, houve um aumento significativo no número de chamadas e reuniões online. Sem a possibilidade daquele encontro rápido no cafezinho ou de uma conversa pelo corredor da empresa, todo e qualquer assunto passou a ser tema de uma chamada virtual.
Além disso, a comunicação passou a extrapolar os e-mails e as reuniões online, refletindo em mensagens de trabalho a qualquer hora do dia – e da noite – no Whatsapp e em outros aplicativos. Ou seja, as barreiras físicas e virtuais foram rompidas, mas é preciso que limites voltem a existir entre esfera privada e profissional para o bem-estar e a saúde mental das pessoas.
Uma prova dessa necessidade de revisão da comunicação no trabalho remoto e do equilíbrio está no estudo “Killing Me Softly: Organizational E-mail Monitoring Expectations’ Impact on Employee and Significant Other Well-Being, que analisou o efeito dos e-mails no bem-estar das pessoas em seu ambiente imediato. A principal conclusão foi de que a necessidade de estar sempre conectado, mesmo que não explicitamente, pode causar um tipo específico de estresse, denominado e-ansiedade, capaz de afetar psicologicamente colaboradores e seus familiares.
No estudo, foram entrevistados mais de 400 profissionais de diferentes setores que confirmaram que o monitoramento excessivo de e-mail fora do horário de trabalho é prejudicial ao bem-estar e aos relacionamentos. Checar a todo momento a caixa de e-mail e se sentir pressionado para responder logo afeta tanto a saúde mental quanto a produtividade das pessoas. O imediatismo e a velocidade do nosso tempo colaboram para essa prática que acaba por desencadear questões sérias, como a Síndrome de Burnout.
Então, como melhorar essa comunicação entre profissional, gestão e organização? Como fazer da comunicação um meio de promoção do bem-estar e da saúde mental?
Alinhar a comunicação para o bem-estar dos seus colaboradores
Bem, comunicar de forma clara e objetiva é o primeiro passo para estabelecer uma relação de confiança. E, falando em confiança, trata-se de uma cultura que deve fazer parte dos pilares da organização. Transmitir e sentir confiança é chave para melhoria na qualidade do trabalho, independentemente de seu modelo. Assim, é preciso:
- Eliminar a paranoia da produtividade
A ‘paranoia da produtividade’ é um termo que vem sendo usado para evidenciar a obsessão de gestores para saber se as pessoas estão trabalhando – isso inclui até mesmo o uso de softwares de monitoramento nos computadores dos colaboradores.
No entanto, este não é o melhor caminho para melhorar a confiança e gerar relações saudáveis. A comunicação, sim.
Para isso, os gestores e líderes devem oferecer mais clareza e alinhamento das metas, escutar seus colaboradores, além de oferecer espaço seguro para expressarem suas opiniões. Assim, profissionais sentem que têm mais acolhimento e autonomia para seguirem, evitando pressão, sobrecarga e excessos.
- Usar como aliadas a comunicação síncrona e assíncrona
Vale reforçar que a comunicação síncrona é aquela que ocorre de maneira simultânea e imediata, como telefonemas e calls. Já a comunicação assíncrona pressupõe que o receptor tenha tempo para responder, ou seja, não é uma comunicação em tempo real, como em uma troca de e-mails. Assim, para uma comunicação bem-sucedida, a dica é aliar as duas maneiras com harmonia e consciência, sabendo usá-las de forma estratégica (cada uma para uma demanda/atividade/ tema). Por exemplo, para tomadas de decisão urgentes ou estratégicas, a comunicação imediata pode ser mais interessante. Já para checar o andamento de projetos, tirar dúvidas ou compartilhar algum direcionamento, a comunicação assíncrona se torna mais eficiente – primeiro, pelo registro de informações; segundo, porque não interrompe uma outra atividade e dá espaço para que as pessoas trabalhem com mais fluidez.
- Pensar no presencial como troca
Embora os modelos remoto e híbrido tenham caído no gosto dos profissionais, sabemos que o contato pessoal é necessário à espécie humana – e é algo que faz diferença em uma organização. O encontro olho no olho com outras pessoas possibilita trocas mais profundas, que colaboram para o sentimento de acolhimento, bem-estar, pertencimento etc.
Por isso, ainda que o modelo remoto aconteça, é importante promover reuniões presenciais, no qual a comunicação entre as pessoas se dará ao vivo, com proximidade, criando vínculos, facilitando o aprendizado e as trocas de conhecimento e experiências, colaborando para um melhor desempenho entre times, gestores e colaboradores.
Por fim, pensar e praticar a comunicação organizacional com inteligência, consciência e equilíbrio, respeitando espaços e oferecendo caminhos, é essencial para que o modelo de trabalho remoto não deixe de ser um sonho para se tornar um pesadelo. Saber comunicar também é levar bem-estar e saúde mental aos profissionais.
Para outras formas de promover maior flexibilidade e mais qualidade no mundo do trabalho, conte com os nossos benefícios flexíveis. Assim como na comunicação, prezamos pela confiança, segurança e transparência na construção das relações. Então, conte com nosso Team Swood para cuidar melhor de seus talentos 😉