Hiperinformação, volatilidade, automação, alta competitividade, descentralização. Essas são algumas das características que formam o mundo em que vivemos hoje – e que deveremos continuar a viver no futuro próximo -, as quais direcionam para a redefinição de habilidades desejadas para o mundo do trabalho. Afinal, se o contexto está se transformando, se transformam e se evidenciam também os recursos mais adequados para lidar com ele, certo?
Mas quais competências se destacam neste contexto? Quais habilidades humanas para a Gestão de Pessoas ficar de olho em 2023 para encontrar ou desenvolver em seus talentos? Essas são questões-chave para as organizações, que precisam de pessoas qualificadas para se manterem sustentáveis, e para profissionais, que precisam entender oportunidades de aperfeiçoamento para continuarem relevantes e atuantes no mercado.
Para te ajudar nessa missão, selecionamos as principais para destrinchar aqui e apontar caminhos que facilitam a identificação de tais competências e também estratégias para que seus colaboradores e colaboradoras possam aperfeiçoá-las. Acompanhe tudo o que preparamos neste artigo!
A escassez de habilidades é uma preocupação
Com as habilidades certas se constrói o futuro – e as empresas sabem disso. O Guia Salarial da Robert Half aponta que 84% delas estão preocupadas com a permanência de seus melhores talentos, especialmente em um momento em que demissões voluntárias crescem no país. No âmbito global, o cenário não é diferente: a pesquisa do ManpowerGroup indica recorde de escassez de talentos no mundo, com índice de 75%, mostrando que 3 em 4 empregadores sentem dificuldades de encontrar habilidades que precisam.
Em um cenário de rápidas mudanças e de adoção digital acelerada, essas competências se referem àquelas essencialmente humanas – as soft skills. Considerando que, segundo o Fórum Econômico Mundial, até 2025, a divisão de trabalho entre humano e máquina será de 50% para cada, esse salto em relevância das competências interpessoais e comportamentais faz muito sentido. Sabemos que isso não é exatamente uma novidade para você, visto que em 2020, o mesmo FEM apontou competências relacionadas à resolução de problemas, trabalho em equipe e autogestão como as mais importantes nos próximos anos.
Desse modo, o que há agora é uma potencialização desse movimento e maior palco maior determinadas habilidades que fazem brilhar os olhos dos empregadores. É o que veremos a seguir!
“As habilidades sociais desempenham um papel crítico na decisão sobre quem eles querem contratar”
Ian Siegel, cofundador e presidente da ZipRecruiter
Habilidades humanas mais desejadas pelas empresas
São vários estudos que relatam as habilidades humanas que despontam em relevância. Como referência para este artigo, usamos como fonte os estudos encabeçados pela ZapierRecruiter e pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, citados na matéria da Você RH. Veja a seguir:
- Comunicação
- Relacionamento com Cliente
- Planejamento
- Gestão de tempo
- Gerenciamento de Projetos
- Pensamento analítico
- Adequação às normas de compliance
- Autonomia
- Relacionamento interpessoal
- Flexibilidade
Fonte: ZapierRecruiter.
Quando cruzamos com as habilidades apontadas pela empresa de recrutamento especializado Robert Half, podemos ver que existe convergência: o estudo traz o perfil analítico, o perfil facilitador, o equilíbrio emocional, a comunicação e a adaptabilidade, como as protagonistas no hall das competências. Então, vamos olhar com cuidado para algumas delas?
Comunicação
Essa merece atenção! Com o trabalho remoto e descentralizado, a comunicação clara, objetiva e empática se tornou um grande desafio para a fluidez do trabalho. Não à toa, é uma das maiores demandas entre líderes e liderados, de acordo com as pesquisas acima. “Na pandemia e no pós-pandemia, a comunicação se fortaleceu demais. Isso aparece em quase 100% das posições que a gente busca”, comenta Maria Sartori, diretora associada da Robert Half.
Em processos seletivos, a recomendação é avaliar se o ou a profissional é capaz de:
- elaborar um raciocínio com começo, meio e fim;
- trazer conteúdos relevantes a cada resposta;
- contar uma história.
Além disso, vale notar o nível de detalhes do enredo e de objetividade da mensagem. Observe também a comunicação corporal da pessoa, compreendendo a postura, o tom de voz e a entonação. Você pode fazer isso ao simular situações reais da função da vaga ou pedir para o candidato ou a candidata compartilhe experiências vividas na sua jornada.
Adaptabilidade
Se a única constante é a mudança, a flexibilidade diante de incertezas é fundamental para que colaboradores e colaboradoras atuem com disposição para alcançar resultados. Sendo assim, uma das formas de investigar esta capacidade em processos seletivos é aplicando testes ou ainda perguntando a candidato ou candidata como foi a experiência durante um projeto e entender como a pessoa lidou com imprevistos e mudanças de rota.
Em termos de desenvolvimento, um caminho eficiente para a Gestão de Pessoas incentivar esta habilidade é o investimento em aprendizado contínuo, como forma de ampliação de repertório, fornecendo, portanto, insumos para alargar visões e encontrar soluções diferenciadas e, quem sabe, inovadoras.
Pensamento analítico
Em um mundo de hiperinformação e no qual a orientação por dados é cada vez mais necessária, se torna essencial saber filtrar, criticar e avaliar. Afinal, respostas prontas não existem! Por isso, a terceira habilidade bastante valorizada é a capacidade de analítica das pessoas, o que significa se debruçar em uma análise cuidadosa a respeito de determinado um cenário, relacionar informações diferentes em um raciocínio lógico, ler dados e interpretá-los, para, então, estar apto e apta a identificar oportunidades, lacunas e ainda propor resoluções mais assertivas para problemas complexos.
Além de observar o grau de curiosidade – ótimo indício de que a pessoa tem pensamento analítico e crítico -, a empresa deve investir em treinamentos voltados para análise de dados e, mais uma vez, focar no desenvolvimento contínuo, especialmente por meio de jogos e estudos de caso. Assim, colaboradores e colaboradoras serão alimentados com novas informações para aumentar as possibilidades de conexão e reflexão.
Somadas às habilidades técnicas e até mesmo às habilidades tecnológicas, as competências humanas bem desenvolvidas e em permanente evolução se tornam a chave para destravar novos horizontes para as empresas, em um mundo que está se digitalizando e também se transformando a cada instante. Como a sua empresa está olhando para talentos neste momento? Essas habilidades já fazem parte da sua avaliação em processos seletivos e no planejamento da aprendizagem?
Esperamos ter contribuído para essas reflexões em quais habilidades humanas para a Gestão de Pessoas ficar de olho ! 🙂
Até a próxima.