A segurança psicológica nas empresas é um tema bastante explorado quando se fala em inovação e inclusão. Criar um ambiente em que as pessoas se sintam confortáveis, pertencentes e confiantes para serem quem são e expressarem suas opiniões, certamente, é o que deve acontecer em todas as organizações desse mundão, afinal, estamos falando de pessoas. Mas, para além disso, queremos olhar para a segurança psicológica também pela lente da saúde mental, pela perspectiva de uma cultura que vê o humano além do profissional. Humanos que sentem, que são vulneráveis e são interdependentes. Vem com a gente entender essa história!
Pilares da segurança psicológica nas empresas
Antes de falar da relação com a saúde mental, vamos aprofundar no que significa e o que sustenta a segurança psicológica. Muito diferente de ser algo como “a personalidade de alguns” ou de colocar em xeque em desempenho, podemos citar quatro pilares que constroem essa cultura de confiança:
Expressão: ambiente com espaço para as pessoas poderem expressar suas ideias, opiniões, sentimentos, falhas, sem medo de represálias. Isso vale para experiências profissionais e pessoais que ocasionalmente possam acontecer.
Interação: ambiente com espaço para a troca, para pedidos de ajuda, feedbacks construtivos e partilhas abertas e honestas sobre temas difíceis, de dentro e de fora da empresa.
Aprendizado: ambiente com espaço para questionar, propor novas ideias e estar sujeito a falhas. Quando as pessoas têm oportunidade de arriscar, a inovação tende a se fortalecer!
Pertencimento: ambiente com espaço para todos, todas e todes serem parte da construção e receberem a valorização e o reconhecimento por suas singularidades e competências.
A relação entre saúde mental e segurança psicológica nas organizações
Depressão, ansiedade, esgotamento e qualquer dificuldade no âmbito emocional ou psicológico são cercadas de muitos tabus e preconceitos. No mundo do trabalho, essas questões ainda são vistas como fraqueza, como incompetência ou mesmo como preguiça, tornando o diálogo sobre saúde mental nas organizações um desafio ainda maior. Há ainda o fato de muitas empresas operarem sob a lógica da produtividade como sinônimo de longas e sofridas jornadas de trabalho. Metas inalcançáveis, cobranças excessivas, controle, falta de empatia e até mesmo preconceitos são ingredientes que contribuem para uma explosão de problemas de ordem psicológica. No entanto, com o aumento significativo de casos de burnout e as novas demandas profissionais em torno do equilíbrio e da inclusão, a saúde mental é uma agenda indispensável para empresas que olham para o horizonte e para a sustentabilidade das relações e dos resultados.
Uma pesquisa da Kenoby com profissionais de RH do Brasil aponta que os principais motivos que provocam problemas de saúde mental são:
- 19,1% dizem ser a falta de diálogo da liderança
- 18,9% dizem ser assédio moral e constrangimentos
- 18,7% dizem ser a falta de diálogo com o colaborador
- 16% dizem ser a falta de feedbacks constantes
- 15,2% dizem ser a falta de espaço para opiniões
- 12,3% dizem ser as metas difíceis de ser batidas
Fonte: Mundo RH
Neste sentido, a segurança psicológica nas empresas e o bem-estar mental e emocional de colaboradores e colaboradoras caminham juntos. Primeiro, porque a segurança psicológica pressupõe a disponibilidade e a abertura em ouvir – seja líderes com seus liderados, seja entre colegas. Assim, quando uma cultura de confiança é cultivada e fortalecida, as pessoas podem se sentir mais à vontade para compartilhar seus anseios e preocupações em relação ao próprio trabalho ou de sua vivência pessoal – neste caso, se houver vontade. Ao manifestarem seus sentimentos, podem receber o apoio de que precisam para superar os desafios, despertar a organização para melhorias e correções, além de aliviar o acúmulo de estresse e angústias com potencial de contribuir para originar algo mais sério, como uma depressão.
A cultura que preza pela segurança psicológica é ampla, pois afeta aspectos estratégicos para a organização, como a experiência e o desempenho de profissionais. Mas essa não é uma responsabilidade que fica somente nas mãos da Gestão de Pessoas; é uma responsabilidade que precisa ser partilhada primeiro com líderes e gestores diretos e, então, com todas as pessoas. Um ou uma líder que adota uma conduta empática, aberta e também se mostra como alguém que tem vulnerabilidades e que aborda a saúde mental com organicidade é capaz de fazer com que seus liderados se sintam autorizados a também falar sobre seus dilemas, promovendo o diálogo e rompendo com o silêncio e paradigmas.
Por fim, não é só na contenção, mas também no cuidado que a segurança psicológica pode impactar positivamente o bem-estar das pessoas. Em casos de colaboradores e colaboradoras que estejam atravessando dificuldades externas ao trabalho e tiverem diagnósticos de problemas psicológicos, estes poderão contar com o acolhimento e uma tratativa mais humanizada por parte da organização, pois esse assunto não será um tabu e terá muito menos a resistência de vieses como ‘frescura’ ou ‘falta de vontade’.
E por aí, como anda a construção de uma cultura de segurança psicológica na sua empresa? Está conectada com a visão sobre a saúde mental das pessoas? Estamos aqui para que você possa demonstrar o cuidado com as equipes, oferecendo benefícios flexíveis que podem ser usados em diversas atividades que promovem a qualidade de vida, desde a alimentação à saúde e bem-estar.