Filmes e séries para (re)pensar o mundo do trabalho
Buscar dados e pesquisas para entender o contexto corporativo é uma tarefa necessária para profissionais de Gestão de Pessoas, afinal, são muitas as mudanças que as organizações estão atravessando. Mas, às vezes, é importante também ‘sair da realidade’ e encontrar histórias, possibilidades e reflexões de um jeito mais lúdico, digamos assim. Por isso, hoje, o assunto vai ser esse por aqui: filmes e séries para você (re)pensar o mundo do trabalho e te ajudar a se debruçar sobre situações, dilemas e caminhos que podem impactar a suas estratégias. Acompanhe com a gente!
Ruptura
A primeira da nossa lista é uma das mais recentes produções conectadas ao tema corporativo – e que causou burburinho! Dirigida por Ben Stiller, a série da Apple TV traz uma provocação: você gostaria de separar as suas memórias pessoais das suas memórias profissionais? É o que a narrativa propõe ao contar a história de quatro colaboradores da empresa Lumon que, voluntariamente, passam por um procedimento que faz com que eles não se lembrem de suas vidas particulares quando estão no escritório; no mundo exterior, eles não se recordam do trabalho.
A abordagem vem bem a calhar, já que profissionais estão ressignificando suas relações com o trabalho. A crise do burnout, por exemplo, não pode ser mais ignorada (no Brasil 32% da população sofre com estresse crônico ligado ao trabalho), tanto que, neste ano, foi reconhecida como uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde. Além disso, com uma nova rotina imposta pelo home office, a vida pessoal e profissional se atravessaram como nunca antes, criando uma nova hierarquia de necessidades que coloca a flexibilidade e o bem-estar no topo.
Ondas de demissões voluntárias foram identificadas nos Estados Unidos e também por aqui, evidenciando o desalinhamento entre a expectativa entre anseios dos profissionais e a experiência que as empresas estavam oferecendo. Por isso, a história oferece a possibilidade de refletir sobre a importância do equilíbrio entre os dois mundos. Vale maratonar! 🙂
Um Senhor Estagiário
Qual a imagem que você tem de um estagiário? Pois bem, hora de desconstruir! No filme com Robert De Niro e Julia Roberts, ele vive Ben, um aposentado e viúvo; e ela, a empresária bem-sucedida, Jules. Depois de passar em um processo seletivo para pessoas maduras, Ben passa a acompanhar Jules em sua rotina, mas você pode imaginar o que acontece…A CEO não acredita que o seu novo estagiário será eficiente na função, e Ben passa por diversos momentos em que o preconceito etário fala mais alto.
Ao abordar esse dilema, o filme nos leva a pensar sobre dois pontos que vêm sendo debatidos com mais atenção: o encontro de gerações no trabalho e a diversidade e inclusão – neste caso, pela lente etária. No primeiro caso, o mundo corporativo se tornou um espaço compartilhado entre Boomers, Geração X, Millennials e Geração Z, onde diferentes experiências, desejos, significados e expectativas em relação ao trabalho se encontram. Mas isso não precisa ser sinônimo de conflito – muito pelo contrário. A pluralidade de visões e perfis é fonte de criatividade e inovação 😉
No segundo tópico, o etarismo surge como uma pauta urgente. Com maior expectativa de vida, mas sem a segurança financeira com uma aposentadoria confortável, muitos estão buscando uma nova atividade para continuar suas jornadas profissionais. No Brasil, o envelhecimento populacional é uma realidade e precisa ser encarada com políticas de inclusão. Rótulos como ‘lentos’, ‘não tecnológicos’, ‘não criativos’ formam o estereótipo de pessoas maduras, no entanto, essas afirmações não são verdadeiras – lembrando que é sempre possível desenvolver habilidades. Um bom exemplo é o programa da Gol, chamado “Experiência na Bagagem”, o qual foca no recrutamento e seleção de pessoas 50+ para compor os times. Já pensou em ter uma estratégia assim na sua organização? Prepare a pipoca e se inspire!
House
Você, provavelmente, já ouviu falar do excêntrico médico, Dr. House. A série é um clássico e está na nossa seleção porque traz um dos temas mais importantes para serem revisados pela área de Gestão de Pessoas: a liderança. Apesar de muito talentoso, o Dr. House exemplifica um dos problemas mais comuns de líderes, o fato de serem promovidos por suas competências técnicas, embora não tenham habilidades socioemocionais para gerenciar a equipe. Na série, o médico chefia um time de especialistas em meio a pressões e abusos psicológicos, sem espaço e confiança para as opiniões e colaborações, além de questões que configuram invasão de privacidade. Ou seja, um exemplo a não ser seguido!
Na era digital, do trabalho descentralizado pelo formato remoto e das dinâmicas ágeis que focam na autonomia da equipe, a liderança ganha novos contornos. Um dos principais recursos que dão impulso para os resultados é o engajamento das pessoas, o que é conquistado por meio de líderes capazes de se conectar com seus liderados. Para isso, estabelecer relações de confiança, exercer a empatia, apoiar o desenvolvimento, abraçar erros e reconhecer conquistas são atitudes mais do que necessárias para quem está conduzindo times. Aposte na formação e na qualificação de líderes e futuros líderes para que o Dr. House seja apenas uma ficção das telinhas!
O mundo do trabalho está repleto de novas direções e rupturas, exigindo muito de profissionais como você, que olha para a harmonia entre pessoas e negócios. Por isso, vale buscar referências que possam refletir as problemáticas e as alternativas a esse momento de tantos desafios e mudanças de rota. Esperamos que as dicas te rendam insights e também momentos de diversão!
Você tem mais sugestões para a lista de séries e filmes para (re)pensar o mundo do trabalho? Compartilhe com a gente.
Até a próxima! 🙂