Se antes o Recursos Humanos era visto como estritamente operacional, agora, a área ganhou novos contornos, inclusive mais estratégicos, exercendo um papel fundamental para os negócios: o cuidado com as pessoas. Sem elas, nenhuma empresa prospera, mas levou um tempo até que essa abordagem mais humana se tornasse um chamado claro no mundo corporativo. Foi com as alterações nas dinâmicas de vida e trabalho que surgiram durante os últimos anos que uma outra percepção acerca da relação entre profissionais e empresas despontou, colocando o bem-estar dos colaboradores e colaboradoras no centro da gestão de pessoas.
Para começar nossa conversa, é importante conceituar o que significa bem-estar, em seu sentido geral, e como esse sentido se aplica nas organizações. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é “um estado de completo bem–estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. No contexto do trabalho, podemos entender o bem-estar como uma premissa que atravessa toda a experiência laboral, desde a prevenção de acidentes até às interações entre as pessoas, considerando também a relação com a vida fora das ‘paredes’ da empresa. Este último ponto é reflexo do momento em que casa e empresa se fundiram, e colaboradores puderam acessar ‘o outro lado’ dos colegas, para além do profissional que se apresentava todos os dias no escritório. Essa visão mais holística das pessoas abre espaço para uma troca mais empática, não acha?
Outro fator que contribuiu para destravar uma nova perspectiva sobre o cuidado com as pessoas no trabalho é o desgaste da mentalidade da produtividade a qualquer custo. Jen Fisher, Diretora de Bem-estar da Deloitte, reforça que “não devemos valorizar e celebrar as pessoas que ficam acordadas a noite toda e queimam o óleo da meia-noite, porque isso não produz grandes resultados para a pessoa ou a organização”. Ao mesmo tempo, emerge uma nova relação com o próprio trabalho, o qual não necessariamente precisa ser ocupar o centro das atenções. Um estudo da Microsoft mostra que 71% dos profissionais brasileiros entrevistados estão mais propensos a priorizar a saúde e o bem-estar em vez do trabalho do que há dois anos; no global, 47% tendem a priorizar a família e a vida pessoal. Se ainda não fosse suficiente, vemos os níveis de estresse entre os trabalhadores atingindo níveis recordes, no mundo, segundo o relatório da Gallup.
Desse modo, o bem-estar se tornou estratégico para as organizações, para que (re)engajem seus times e se mantenham sustentáveis diante de um cenário desafiador e repleto de incertezas. E como você, da Gestão de Pessoas, pode trazer o bem-estar para o centro da área?
O primeiro passo é romper com aquela ideia de que ter uma sala de jogos é promover o bem-estar das pessoas. A agenda deve extrapolar ações pontuais e superficiais para se apresentar como algo realmente significativo. Por isso, vamos a algumas sugestões do que você pode fazer por aí!
Diagnóstico
Entenda como anda o bem-estar das pessoas da sua organização e colete dados e percepções sobre o que elas acham que poderia ser implementado para melhorar. É importante estar aberto e disposto a ouvir as queixas e estar genuinamente comprometido em realizar mudanças.
Lideranças
Chegamos a um ponto essencial para o bem-estar dos trabalhadores. No relatório do LinkedIn sobre as tendências do mundo do trabalho, um dos destaques é o quanto profissionais Millennials e da Geração Z valorizam quando gestores e gestoras apoiam e cuidam da saúde mental de seus times. Outra investigação, dessa vez da Mindsight, mostra que a maioria das pessoas (90%) disseram que o burnout está associado a líderes que não estão preocupados com o excesso de tarefas. Ou seja, conscientizar e preparar lideranças para uma relação de mais empatia, diálogo e suporte, é um caminho indispensável para bons resultados.
Relacionamentos
Como vimos, o bem-estar também está conectado com as relações sociais, portanto, construir um clima organizacional que preze pelo respeito, pela inclusão e pela segurança psicológica, para que cada pessoa possa se expressar e ser quem é, indiscutivelmente central. Tolerância zero com atitudes preconceituosas devem ser rapidamente contidas, assim como a Gestão de Pessoas, em parceria com lideranças, precisa criar formas de integrar equipes, gerando senso de pertencimento.
Benefícios
Além do plano de saúde, benefícios têm impacto positivo para incentivar as pessoas a se cuidarem e olharem para o próprio bem-estar. Com os benefícios flexíveis (tipo, assim, da Swood!), você pode disponibilizar créditos para serem usados com saúde, desde hospitais, laboratórios e farmácias, até clínicas de estética e salões de beleza. É uma estratégia eficiente para colocar o bem-estar dos colaboradores no centro da Gestão de Pessoas e deve sempre vir acompanhada de discursos de incentivo e espaço para que as pessoas possam, de fato, usufruir dos benefícios.
Jornadas
Aproveitando o gancho, as jornadas flexíveis, dias sem reunião e até mesmo semanas com quatro dias estão sendo experimentadas para fomentar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A pesquisa do ManpowerGroup aponta que 3 em cada 10 profissionais querem mais tempo para cuidar da saúde mental; e 45% mudariam de organização para cuidar melhor o bem-estar. Então, se a sua empresa ainda está pensando sobre os novos formatos de trabalho, vale considerar também essas novas demandas.
Sem tabu
Por fim, mas não menos importante. O debate sobre bem-estar, em especial sobre transtornos psicológicos, como depressão, deve ser provocado na organização. Com o diálogo e conscientização, mais as empresas poderão amparar colaboradores e colaboradoras que estão ou poderiam atravessar quadros mais graves. Vale lembrar que o número de suicídios no Brasil dobrou nos últimos 20 anos, de acordo com dados do Datasus. Oferecer atenção de psicólogos e psiquiatras também configuram iniciativas relevantes para quem precisa de um cuidado profissional.
Retomando a pesquisa da Mindsight, 86% das pessoas disseram que as suas empresas nunca tomaram iniciativa sobre a conscientização e cuidados com o burnout. Já a pesquisa da Vittude mostra que para 70% dos entrevistados, as organizações não sabem lidar com a saúde mental. A sua empresa pode fazer a diferença e tratar da saúde e do bem-estar das pessoas com mesma importância que elas têm para o negócio. Essa estratégia é vital 😉
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