Já parou para pensar que até pouco tempo atrás o tema da parentalidade não aparecia nos debates sobre o mundo do trabalho? Pois é, com a pandemia e o isolamento forçado, a realidade de conciliar o cuidado com o emprego ganhou atenção, já que muitos profissionais tiveram que se dividir entre tarefas, reuniões virtuais e atenção aos pequenos – tudo junto e misturado! O que parecia óbvio – as dificuldades em dar conta de cuidar e trabalhar – finalmente veio à tona e, agora, diversas organizações estão se movendo para acolher famílias e tornar a experiência laboral mais equilibrada.
É para entender por que e como sua organização também pode criar estratégias para contribuir com o bem-estar dos colaboradores pais e mães que preparamos este conteúdo fresquinho, aproveitando o Dia dos Pais para refletir sobre o papel das figuras paternas nesse cuidado também. Vamos nessa?
Questão de gênero
Historicamente associado à mulher, o cuidado com a casa e com os filhos é visto como um dever exclusivamente feminino. Para se ter uma ideia da distância de gênero nessas funções, a pesquisa do IBGE apontou que mulheres gastam 21,4 horas nos afazeres domésticos por semana contra somente 11 horas gastas pelos homens. Na criação dos filhos, segundo a ONU, mulheres têm uma carga horária até três vezes maior do que homens – isso em casais heterossexuais e antes da pandemia. Como crítica à invisibilidade deste tipo de trabalho, surgiu o conceito de economia do cuidado, o que se refere às atividades não remuneradas praticadas majoritariamente pelas mulheres e que, se fossem contabilizadas, representariam 11% do PIB.
Essa visão enraizada traz consequências. Além dos desafios de contratação e de promoção que as mulheres enfrentam nas organizações por conta da maternidade, o reflexo da sobrecarga ficou claro quando, em 2021, foi registrada a menor participação feminina no mercado de trabalho desde 1990 – chegou a 46%.
A escolha entre filhos, casa e emprego se tornou um dilema ainda mais complexo nos últimos anos, mas a verdade é que essa questão já está presente há muito tempo. Está na hora de mudar, não acha?
Parentalidade no trabalho: Como as empresas podem acolher profissionais pais e mães?
Com as mudanças que vêm acontecendo no mundo do trabalho, felizmente, diversidade e inclusão são agendas cada vez mais discutidas e potencializadas. Neste sentido, entra a equidade de gênero como um compromisso que, como vimos, tem relação direta com o exercício da parentalidade. Afinal, quando uma mãe se vê sobrecarregada e responsável por todas as demandas de cuidado, sobra pouco tempo e energia para se dedicar à sua carreira, o que leva muitas a desistirem.
Para que organizações atentas e conscientes possam agir, é preciso olhar para algumas áreas da vivência de pais e mães. A primeira que citamos é a regulação da licença parental entre homens e mulheres. Isso porque as mulheres, que trabalham com carteira assinada ou são MEI (Microempreendedor Individual), têm direito a licença remunerada após o nascimento do filho de até 120 dias, com possibilidade de prorrogação. Já os pais, até 2016, tinham somente 5 dias de licença – após esse ano, a Lei 13.257 estabeleceu mais 15 dias, chegando a 20. Para isso, sua empresa pode aderir ao programa Empresa Cidadã. É só clicar aqui para saber como.
Além disso, empresas podem negociar um maior tempo para os profissionais pais equalizarem e compartilharem o cuidado com as crianças por meio de acordos coletivos ou com o colaborador. Atitudes como esta contribuem para desfazer a ideia equivocada de que só as mães têm o dever de cuidar 😉
Ah! E é importante dizer que a sua empresa também pode abraçar casais homoafetivos nesta política, contemplando a diversidade e a inclusão de pessoas LGBTQIA+.
Cuidar de uma criança é uma missão e tanto, exigindo tempo, dedicação e afeto. Por isso, outra ação indispensável para que profissionais pais e mães possam exercer esse papel com mais tranquilidade é oferecer uma jornada flexível de trabalho. Possibilidade de escolher os dias de ir ao escritório e até mesmo ter horários flexíveis são formas de promover uma experiência mais equilibrada e, portanto, melhorar o bem-estar desses colaboradores e colaboradoras. Isso também ajuda a desmistificar que as mães precisam abrir mão do trabalho para cuidar dos filhos (o que muitas vezes, as impede de crescer na carreira, afinal, são vistas como aquelas que não têm dedicação total à empresa).
Por fim, a sua organização também pode disponibilizar benefícios assistenciais e de cuidado. No primeiro caso, o auxílio-creche é uma estratégia interessante. Por lei, empresas com mais de 30 mulheres acima de 16 anos são obrigadas a oferecer um espaço para bebês menores de 06 meses serem cuidados ou prestem suporte para isso. No entanto, companhias que estiverem alinhadas com as demandas das famílias também podem proporcionar esse benefício para pais e mães de forma espontânea.
Já em relação ao cuidado, benefícios relacionados à saúde e ao bem-estar são maneiras de cuidar de quem cuida. Por exemplo, na Swood, você pode direcionar créditos para profissionais usarem em hospitais, centros médicos, clínicas particulares, clínicas de estética, salões de beleza, laboratórios de análises clínicas, farmácias e drogarias. E ainda de um jeito prático e simples, agregando valor à gestão de pessoas e à experiência dos colaboradores que vão ficar mais tranquilos sabendo que também estão amparados 😉
Em um momento de extrema necessidade em reter talentos e promover mudanças que impactam positivamente a sociedade, as empresas precisam olhar para a parentalidade no trabalho com mais empatia e acolhimento, pois assim, poderão ressignificar relações, fortalecer o vínculo com suas equipes e ainda aprimorar os resultados da organização. Que tal levar esta conversa para seus colegas de Gestão de Pessoas e lideranças?
Esperamos ter ajudado, até a próxima!