Empresas são organismos vivos movidos por crenças e valores que guiam decisões e ações – assim como nós, humanos. Em um momento em que as organizações estão recebendo um chamado para cuidar de seus colaboradores, da comunidade na qual estão inseridas e também do planeta, entender e revisar quais princípios estão pautando os passos do negócio é fundamental para não perder o bonde.
É aí que entra o protagonismo da cultura organizacional como fonte de competitividade. Atravessamos um cenário de aumento de demissões voluntárias, profissionais estão reivindicando um formato de trabalho mais saudável e flexível, a necessidade de inovar é constante. Superar esses desafios é possível com a construção e o fortalecimento de uma cultura orientada por valores aderentes e capazes de (co)mover pessoas em busca de um objetivo comum e para além das próprias salas e escritórios.
Não à toa o ESG (Environmental, Social and Governance, em inglês) está tão em alta. Adotar uma postura socioambiental ética, responsável e transparente significa caminhar de forma mais alinhada com o espírito deste novo tempo. Mas a grande verdade é que tudo isso começa em casa, com a cultura organizacional. Vamos entender melhor sobre isso?
O que é cultura organizacional e por que é tão importante?
O conceito de cultura é bastante amplo e complexo, mas podemos resumi-lo como um conjunto de normas éticas e morais, de valores e crenças, que abarcam a linguagem, os comportamentos, as tradições e o conhecimento de um povo, gerando sentido ao mundo. Da perspectiva corporativa, essa ideia se aplica quando pensamos na cultura organizacional como uma rede de significados vivenciados diariamente, conectando pessoas e pautando as estratégias e os caminhos da empresa.
Há algum tempo, esse tema vem sendo sublinhado no mundo do trabalho – e dos negócios. Em 2017, o TrendWatching apresentou o movimento “caixa de vidro” (glass box, em inglês), que tem como pano de fundo uma era radicalmente transparente (alô, governança!) como cenário para que a cultura organizacional se tornasse a marca em si. A alta conectividade, o impulso do consumo consciente, a busca por empregos com mais propósito e a automação são os propulsores desse salto de importância.
”Agora que um negócio é uma caixa de vidro, a marca é tudo o que é visível. Toda pessoa. Cada processo. Cada valor. Tudo o que acontece, sempre.”
Na mais recente pesquisa da Edelman Trust Barometer, empresas e ONG´s são as instituições que mais geram confiança nas pessoas – resultado de uma profunda descredibilidade da mídia e dos governos diante das ondas de fake news e moral corrompida. Nesta mesma pesquisa, fica claro, assim, que as organizações estão sendo responsabilizadas por suas posturas diante dos problemas da sociedade. E os valores têm tudo a ver com isso, afinal, é a partir do que as empresas acreditam que são levadas – ou não- a fazer algo para mudar a realidade.
As pessoas estão atentas a isso: 63% dos brasileiros vão comprar ou defender uma marca com base em seus valores e crenças; 58% vão escolher seus empregos baseados em seus valores e crenças; 60% investem com base em suas crenças e valores.
A partir da visibilidade sobre o que acontece internamente nas organizações e o crescente papel social que as empresas passam a ocupar, líderes e gestores precisam se dedicar à cultura organizacional como um fator estratégico, para engajar pessoas e potencializar negócios.
Cultura organizacional: impacto de dentro para fora
Lideranças precisam ter clareza sobre a missão, a visão e os valores da empresa. Entender o porquê da organização existir no mundo e por que as pessoas deveriam se importar com isso é o primeiro passo. Além disso, em uma disputa acirrada pelos melhores talentos, é inteligente trazer a cultura organizacional como alavanca para a marca empregadora (employer branding) se apresentar e se consolidar no mercado. Lembra que as pessoas aceitam trabalhar onde entendem compartilhar os mesmos princípios da organização? 😉
Vamos a um exemplo! Sabemos que a diversidade e a inclusão são agendas urgentes para o mundo do trabalho e fazem parte do âmbito social – o “S” do ESG. Se uma empresa tem em seus valores agregar a essas causas, suas ações devem ser condizentes, desde as estratégias de recrutamento e seleção até políticas de promoção que visem a igualdade de oportunidades. Assim, este aspecto da cultura organizacional sai do discurso sobre “valorizar a diversidade e a inclusão” para, então, agir sobre isso.
Outro exemplo: se a empresa acredita que o bem-estar dos colaboradores é um princípio inegociável, ela deve refletir tal preocupação em suas atitudes diárias. Investir no preparo dos líderes para uma gestão humanizada, melhorar a comunicação e as ferramentas, proporcionar jornadas flexíveis e oferecer benefícios que permitam o cuidado com a saúde de forma integral são possibilidades para tangibilizar este valor e evitar que a empresa contribua para aumentar índices de burnout, depressão e ansiedade, disparados nos últimos anos.
É fato que os impactos das empresas no mundo estão em evidência e, especialmente no que tange a atenção com as pessoas e causas sociais, invariavelmente, passa pela Gestão de Pessoas e como esse cuidado é promovido e aplicado com colaboradores e colaboradoras. Do micro para o macro. Afinal, de nada adianta políticas sociais da porta para fora se, na empresa, os indicadores de satisfação, engajamento, turnover estão gritando, concorda?
Ao apostar em uma cultura organizacional consistente e pertinente ao mundo atual e futuro, as corporações driblam a escassez de talentos, atraindo e retendo profissionais qualificados, fortalecendo a marca empregadora e a experiência positiva do colaborador. Além disso, quanto mais felizes essas pessoas estiverem com seus empregos, maior será a qualidade do trabalho entregue, o engajamento em prol dos objetivos do negócio, fazendo dos valores, colocados em ação, as forças motrizes para impulsionar resultados, pavimentando caminhos para desenvolver o papel social das companhias.
Gostou dessa reflexão? Então, comente aqui e vamos conversar! Conte com a gente para também tornar os valores da sua empresa em realidade, com benefícios flexíveis e seguros em categorias variadas, para cuidar dos seus colaboradores e colaboradoras.