Por Julia Cohen – Atreva-se
Olá, como vocês estão?
Já piraram ou seguem com a mente sã? Brincadeiras à parte, acho que todos estamos vivendo altos e baixos, né?
Empreender, por si só, já é um desafio constante e fazer no meio da pandemia tem sido bem doido. A gente vai dos picos de adrenalina por alguma notícia emocionante às quedas livres por alguma decepção no mesmo dia e haja equilíbrio mental para não surtar. Sem contar que nossa casa virou escritório e impor os limites de fim de expediente muitas vezes não é fácil. No meu caso, o trabalho remoto não foi bem uma novidade. Apesar de estarmos incubados na incubadora de empresas da Universidade de Aveiro e termos nosso espaço no coworking, sempre trabalhamos de casa. É mais silêncio, mais confortável, e honestamente, em muitos dias não tiro nem o pijama – o que para mim é incrível 😊. Porém, também reconheço que trabalho muito mais horas do que se estivesse em um escritório. Por outro lado, empreendedores, de uma forma geral, trabalham sempre muito mais. Eu lembro uma vez vendo Shark Tank (o programa americano com investidores vendo pitch de pessoas aleatórias buscando investimento – eu sei, clichêzasso, mas eu gosto!), uma das investidoras disse que os empreendedores são as únicas pessoas que saem de um trabalho estável para ir para algo incerto e que vai exigir trabalhar muito mais horas do que o normal. Sim, parece louco e de certa forma realmente é. Não é todo mundo que nasce para ser empreendedor e é preciso muita coragem e determinação. Enfim, como já comentei antes, eu mesma nunca havia cogitado empreender e conhecia muito pouco desse universo. Mas a verdade é que ver o crescimento de algo que você está construindo do zero, é incrível. O olhar para trás, e ver toda a evolução, faz valer a pena…
Mas voltando ao equilíbrio emocional, é preciso muita força. Eu já perdi as contas de quantas vezes pensei em desistir. De outras inúmeras que me questionei se não estaria melhor, mais estável, fazendo outra coisa. Nessas horas, o time de cofundadores faz muita diferença. É preciso ser amigo, além de sócio. Dividir as inseguranças, compartilhar os medos. Quando um está na queda livre o outro puxa o carrinho de volta para cima. E assim, os momentos vão se equilibrando e as coisas vão acontecendo. Ter umas frases de motivação também ajuda. Lembrar do motivo de ter começado, do quanto já se alcançou. Pensar que é só um dia difícil e que o próximo será melhor. Relembrar que se você vencer o obstáculo daquele dia, já terá chegado mais longe do que muita gente que tentou. Não sei se vocês sabem, mas a taxa de sucesso de uma startup é muito baixa. É algo como em 10, 8 nadam e acabam morrendo na praia. Isso significa que quem resolve empreender já sabe que não terá um percurso fácil. Por outro lado, o gosto da vitória a cada pequena conquista é inestimável. E é assim, saboreando os pequenos avanços diários que vamos seguindo.
Estou tentando ser inspiradora, só que eu sei que está difícil pra muita gente. E que tem tantas outras pessoas que estão com uma rotina insana e que muitas vezes acabam guardando na gaveta, no fundo dos pensamentos, os sentimentos, os medos, as dúvidas e os receios. Olha, sabe o que ajuda um pouco? Dividir. É sério, assim como a sacola do mercado fica mais leve se separarmos o conteúdo em dois sacos, com os sentimentos é igual. Quando a gente divide com alguém aquilo que está dentro de nós, a gente fica beeeem mais leve. Nem sempre é fácil se abrir, eu sei. Mas sem sombra de dúvidas que faz bem. Por isso, termino hoje pedindo: atreva-se a falar. Bota para fora, grita, berra, chora, ri. E se falar estiver difícil, vale escrever também – olha nós aí!
Espero ter ajudado um pouquinho. E se hoje estiver difícil, já já o dia acaba e amanhã temos uma nova oportunidade de recomeçar.
Obrigada por terem chegado até aqui.
Fiquem bem,
Julia
ser louco o suficiente para ter sanidade e empreender…muito bom!!!!