Por Paula Filizola – Swood Convida
Por definição, economia criativa é o setor que envolve indústrias relacionadas a produção e distribuição de bens e serviços que utilizam a criatividade e as habilidades dos indivíduos ou grupos como insumos primários. É o chamado setor inventivo. Isso pode englobar desde dança, teatro, música até publicidade, moda, comunicação e afins. Uma pintura, um game para celular, um filme, um app. Todos são exemplos de soluções desenvolvidas pela indústria criativa.
O termo estabelece uma conexão entre tecnologia, inovação e sustentabilidade com o intuito de promover o crescimento geral de uma empresa. E a tendência mundial relacionada ao conceito é de que a economia se movimente cada vez mais em direção ao valor agregado do capital intelectual e cada vez menos em direção à produção de commodities.
Ainda há poucos dados atualizados sobre economia criativa, mas percebe-se que economicamente falando, essas áreas sempre foram meio marginalizadas. Por muitos anos, foi considerado estratégico somente a produção de energia, petróleo, gás,
além da fabricação de carros, etc.
O ano de 2020, no entanto, provou que nada do que achávamos que sabíamos era sustentável. Tudo virou de cabeça para baixo com a pandemia da COVID-19, totalmente sem precedentes na história do mundo.
Tudo parou, mesmo que por pouco tempo. Todos foram para suas casas na esperança de dias melhores. E assim começou uma rápida adaptação para que o mundo não parasse como um todo.
Talvez agora faça mais sentido aos que antes torciam o nariz o significado mais importante da palavra criativa em economia. É por meio da criatividade, ou capacidade de inovar (em outras palavras), que continuamos.
Todos perderam dinheiro e oportunidades. Todos estão buscando a melhor forma de retomar e todos estão se modificando para enfrentar esse e os próximos desafios. No entanto, alguns terão mais sucesso. No caso da economia criativa, o setor não se mostrou essencial somente na adaptabilidade da economia. Ela se mostrou essencial na propagação de informações, na habilidade de criar, na construção e promoção de um novo olhar que nos possibilitou reinventar processos e nos ajustar.
Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou situação de pandemia, em março, empresas de todos os setores precisaram adaptar suas dinâmicas de trabalho às medidas de isolamento social. Adotaram o trabalho remoto como única solução possível para a continuidade dos seus trabalhos.
De acordo com pesquisa da Gartner Inc., com 127 empresas ao redor do mundo, somente entre 7% e 18% das empresas possuem a expertise digital necessária para a adoção de novas soluções que influenciem a rotina de trabalho. Ainda assim, a expectativa é que até 2030, a demanda pelo trabalho remoto aumente em 30%, especialmente com a chegada das novas gerações ao mercado de trabalho.
O cenário pandêmico revelou o despreparo de grandes empresas às mudanças tecnológicas que vivemos, bem como a necessidade de repensar o consumo, especialmente relacionado à produção e dependência econômica focada em poucos commodities.
Os próximos passos, conforme dito anteriormente no texto, são para gerar cada vez mais valor agregado por meio da fala, da expressão, da comunicação. Certos modelos vão deixar de existir e as soluções terão que ser inovadoras. Portanto, a tendência é um crescimento da economia criativa, pois ela traz possibilidades. Tanto de novos negócios como também de modelos. O que seguir, como fazer, como inovar são algumas das perguntas que precisamos responder nos próximos meses. Com ou sem pandemia, a resposta está no uso da economia criativa.
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Paula Filizola é jornalista há 10 anos, com duas especializações: Ciência Política, em Brasília, e Mídias Digitais, em Toronto. Atualmente, é gerente de conteúdo da Colony Social Branding, agência especializada em solucionar problemas de negócio por meio da comunicação. Para ela, a economia criativa é uma realidade de trabalho e a tendência a ser seguida.