Novos padrões de comportamento estão emergindo e redefinindo as relações profissionais. Se antes algumas atitudes eram vistas como ‘normais’, inerentes ao cargo (ah, mas todo chefe é assim!) ou como ‘parte do processo’, agora, são percebidas como evidências prejudiciais e inadequadas. Mas como você, profissional da área, pode reconhecer e mudar o ambiente de trabalho tóxico e promover mais cuidado com colaboradores e colaboradoras?
Alguns sinais são bastante claros e críticos e devem ser enfrentados com seriedade pelas empresas. Primeiro, pois colocam em xeque o bem-estar e a saúde das pessoas; segundo, porque também gera prejuízos ao negócio, em termos de turnover, de falta de engajamento, de riscos ao employer branding e de baixa produtividade.
Se você está buscando novas formas de apoiar as pessoas da sua organização e proporcionar mais cuidado na experiência com o trabalho, vem com a gente conhecer sinais de um ambiente de trabalho tóxico e caminhos para romper padrões nocivos.
4 indícios de um ambiente de trabalho tóxico
Microgerenciamento
Sim, começamos por uma das esferas que mais interferem no nível de harmonia em uma empresa: a liderança. Até pouco tempo, o modelo de comando e controle era a forma naturalizada de gerenciar pessoas e projetos – e neste sentido, quem estava na gestão tinha, de certo modo, autorização para microgerenciar as atividades da equipe.
Esse monitoramento em excesso das tarefas da equipe traz uma dinâmica truncada para o trabalho, na qual profissionais se sentem vigiados e ainda mais exaustos por terem que reportar cada pequena atividade realizada. Existem empresas, por exemplo, que adotam sistemas de vigilância instalados nos computadores das pessoas, para que tenham mais controle sobre suas jornadas de trabalho. Mas como isso contribui para criar relações saudáveis e de confiança entre líderes e liderados? Na verdade, o microgerenciamento é o oposto de autonomia e flexibilidade, valores que estão redesenhando o mundo do trabalho, e impacta diretamente o bem-estar e a saúde mental das pessoas.
Mensagens e demandas fora do horário de trabalho
Quem nunca recebeu um e-mail domingo à noite que fez a ansiedade disparar? Pois é! Esse é um sinal típico de um ambiente de trabalho tóxico. Com a pandemia, o trabalho remoto e os celulares sempre à mão, as linhas que separavam a vida pessoal da profissional foram borradas, tornando a gestão do tempo um desafio para as pessoas trabalhadoras. Essa falta de limite faz com que muitas empresas vejam suas equipes como sempre disponíveis para atender a uma demanda, responder um e-mail, checar uma informação ou resolver uma questão ‘rapidinho’ por videoconferência, mesmo que seja fora do horário do expediente ou quando alguém está de folga.
Mais uma vez, esse tipo de postura em um ambiente tóxico de trabalho em uma questão de saúde mental, de estresse e de burnout. Afinal, quando há tempo para desconectar do trabalho se toda hora alguém está chamando?
Quando a segurança psicológica vira lenda
Falamos muito por aqui sobre a importância da segurança psicológica para que o trabalho seja um espaço diverso, inclusivo, propositivo. Se líderes ou colegas impedem a expressão de outras pessoas, desconsideram pontos de vista, não aceitam divergências ou são agressivos ou abusivos no tratamento interpessoal, este é uma luz piscante de alerta para a empresa!
É bastante comum que esse tipo de comportamento desencadeie problemas de ordem psicológica sérios em profissionais. Por isso, não evite ou desvie o olhar se essa situação estiver acontecendo em alguma camada da sua organização.
Falta de oportunidades de desenvolvimento
Adicionamos esse ponto, porque nem sempre um ambiente tóxico de trabalho é o mais óbvio. Por isso, vale ficar de olho se esse tipo de postura está sendo norma na sua empresa e, se sim, reconhecer que isso não é algo positivo, nem para pessoas, nem para o negócio.
Afinal, para que as pessoas evoluam em suas atividades e carreiras, é fundamental que a empresa proporcione momentos de aprendizagem e possibilidades de ascensão. Quando isso não acontece, a mensagem que é transmitida é a de que a organização não aposta no talento profissional e não o reconhece. Desmotivadas e se sentindo desvalorizadas, as pessoas não veem como avançar e tendem a buscar outras oportunidades de trabalho (oi, turnover!).
Treinar as lideranças previne um ambiente tóxico de trabalho
Líderes de alta e média gerência têm uma parcela significativa quando pensamos no combate a na prevenção de um ambiente tóxico de trabalho. Primeiro, porque, em geral, posições de poder podem favorecer abusos ou comportamentos intransigentes, mas também porque essas pessoas podem ser capazes de identificar profissionais que estão agindo de forma tóxica com colegas.
Essas também são elas que podem relatar e, em conjunto com a Gestão de Pessoas, agir no cotidiano para barrar comportamentos inadequados e prejudiciais. Por isso, se você quer dar um passo na mudança de um ambiente tóxico de trabalho, invista no preparo de gestores e gestoras, especialmente no que tange às habilidades sociais – comunicação, empatia, colaboração, escuta ativa etc.
E na sua empresa, existem atitudes e posturas que podem contribuir para um ambiente tóxico? Treine a sua capacidade de escuta também e converse com as pessoas para entender como elas se sentem e o que esperam da experiência no trabalho, assim, poderá traçar estratégias que criem relações mais fortes e saudáveis para o potencial de cada pessoa ir mais longe.
Esperamos que tenha gostado do conteúdo! Aproveite para compartilhar com seus colegas e até a próxima 🙂